terça-feira, 13 de setembro de 2011

o Orçamento vai de mula...

Vem no Diário de Notícias, discreta. 13 linhas em coluna estreita, na página onde se fala de economia. E diz assim: Falta entregar 390 orçamentos.
Ou seja, explica-se logo a seguir – são 390 os serviços e entidades do Estado que ainda não entregaram as propostas de orçamento para 2012 na direcção geral respectiva... Diz o DN que, ao todo, são 611, as instituições públicas sujeitas à apresentação dessas propostas de orçamento, o que, feitas as contas, dá que mais de metade delas ainda não o fez. E que por isso – acrescenta o jornal... que por causa disso o ministro da tutela, Vítor Gaspar das Finanças, se viu obrigado a prolongar o prazo, que acabava na sexta feira passada, até à meia noite da próxima quinta feira. O DN conclui a breve notícia com a informação de que o Orçamento Geral do Estado é elaborado  com base nessas propostas, apresentadas pelos vários organismos e instituições públicas. O mesmo é dizer, naturalmente, que, enquanto essas propostas não forem entregues, o próprio orçamento Geral do Estado fica em banho maria.

E porque a notícia é já na origem breve e bastante reveladora, deixemo-la assim mesmo.
  
Breve e reveladora. Agora, reveladora do quê...? Isso... cada um que tire as suas próprias conclusões. Deixem só que partilhe convosco esta vaga esperança. Quando se fala em países na bancarrota... alegrem-se os espíritos!, que em Portugal, quando e se isso acontecer... há-de ser já fora do prazo.
Com um bocado de sorte, até pode ser que quando a bancarrota cá chegar já tenha prescrito.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

E, casa roubada, trancas na porta.
É na Noruega - diz o "Público" - que, depois dos atentados, se somam agora propostas para o reforço da capacidade da polícia para monitorizar a Internet. 
Acrescenta-se a propósito que, por exemplo na Alemanha, se discute já a extensão do período em que os operadores são obrigados a guardar a informação dos cibernautas... a notícia conclui-se com um MAS.
Mas – diz o "Público" – mas, os activistas temem que esta seja uma ocasião para limitar liberdades...
Os activistas – subentende-se, activistas da defesa da liberdade de expressão...
Serão esses activistas, os que se mostram receosos com o eventual reforço da vigilância do espaço cibernético. Uma vigilância que, segundo eles, pode pôr em causa e comprometer e coartar essa mesma liberdade.
A liberdade de expressão .
A liberdade de expressão ...  porque no princípio era o Verbo.. e deus Disse "faça-se Luz!" e a Luz fez-se...
Porque o poder da palavra é muito maior do que eventualmente se possa pensar e à luz das modernas democracias ninguém poderá calar a voz do povo... mesmo se alguém, do meio desse povo, erguer a voz para incitar ao assassínio em massa, ou publique imagens de uma violência doentia na internet, ou – na mais alegre e rasgada liberdade de expressão -   ensine a fazer bombas em casa para matar os maus da fita...
Porque até vem na bíblia – no princípio era o Verbo.
E a liberdade de expressão é coisa sagrada.
E então deus disse: "Acabou-se!"
E as trevas desceram sobre o mundo.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

uma coisa é certa. parece que o dinheiro foi mesmo para o maneta! (título de gosto duvidoso, tendo em conta a matéria de facto)

E no essencial, este título no Jornal de Notícias resume o que se passa: "Mãe queixa-se de associação que fez peditório para o filho"; "os pais do menino de Esposende participam a tribunal campanha realizada sem o aval da família..."
Já em entrada de texto, lê-se que a associação não tem fins lucrativos, está sedeada no Porto e recolheu mais de 29 mil euros nesse peditório, mas que só entregou um cheque de 153 euros e 9 cêntimos à família da criança.
Esclareça-se já que o caso é que a criança, que agora tem 2 anos, nasceu sem uma das mãos -a direita- e precisa de uma prótese, uma prótese eléctrica. E foi para esse fim, ou alegadamente para esse fim, que a tal associação (a Planeta Amor, diz que se chama), entre Março e Junho passados, lançou a tal campanha de angariação de fundos. Consta que enviava cartas  onde a fotografia da criança foi usada, indevidamente, ao que consta, já que a família só soube da campanha, já em Maio. Nessa altura terá pedido que a campanha parasse imediatamente e que apresentassem  as contas. Foi-lhes respondido que as contas se haveriam de acertar em princípios de Junho.  Diz que depois de insistências várias lá se conseguiram reunir todos a 8 deste mês para acertar contas. Segundo a mãe da criança , na altura a associação reconheceu que se conseguiram juntar mais de 29 mil euros, na campanha, mas que , depois de descontadas todas as despesas inerentes, só tinham sobrado esses 153 euros. Aliás, consta que o que foi dito foi que até nem chegou para pagar as despesas, ou seja, que se gastou mais na campanha do que os tais 29 mil euros apurados.
O jornal diz que tentou contactar esta Planeta Amor, mas sem sucesso, tanto mais que o telemóvel que consta no cartaz onde aparece a foto da criança... não existe, ou parece que não existe; enquanto o outro número, que a associação anuncia na Internet... esse está mudo, ninguém atende.
O jornal publica entretanto uma cópia do que parece ser o balancete da campanha... enfim, pelo menos as despesas. E elas incluem salários de pessoal, material de escritório, custos de contabilidade e publicidade e deslocações e despesas bancárias e ainda uma renda, que pode ser a renda da própria sede da associação... 300 euros vezes três meses.
Ora para resumir e partindo do generoso principio de que todos têm razão , uma coisa se conclui.. que isto da solidariedade social é um mundo! Enfim, nalguns casos pode mesmo ser um submundo...  quero eu dizer, um submundo naquele sentido em que guarda segredos e regras e pormenores que escapam ao mais comum dos cidadãos.
Vem no Diário de Notícias, que Carlos Cruz pode voltar a apresentar um concurso na televisão. 
Diz assim: "Carlos Cruz a caminho de concurso de um novo canal do cabo..." O canal em causa chamar-se-á House TV, consta que está ligado ao imobiliário e ao turismo e deve arrancar em Setembro/Outubro...
O DN, em entrada de texto, lembra que Carlos Cruz é acusado no processo da Casa Pia. Enfim, se a memória não me falha, mais que acusado, o apresentador foi mesmo condenado já, se bem que , ao que consta, o processo pode vir a ressuscitar ainda, à força de recursos e outras diligências judiciais... mas para já e até ao momento, o que consta é que Cruz foi mesmo condenado a prisão por alegadas ofensas sexuais sobre menores da Casa Pia.
Mas. De momento o que importa mesmo é esta notícia. E a notícia é a do regresso de Carlos Cruz à televisão. Para apresentar um concurso. Falemos então do concurso.
Segundo o jornal, a coisa vai passar-se assim: "dois casais respondem a exercícios e fazem provas de educação física que possam praticar em casa..." diz também que deverá ir para o ar às sextas à noite, em horário nobre e que os vencedores ganham um apartamento. Pode ser que o segundo lugar ganhe um automóvel, mas não é certo ainda. Quase certo é que Carlos Cruz pode vir a ser o apresentador do formato.
Um formato condenado ao sucesso – atrever-me-ia a adivinhar... Senão vejamos - quem resiste a tão inebriantes condimentos(?): Um concurso, onde dois casais fazem ginástica sueca, apresentado por um homem suspeito de pedofilia.
?!...
Irresistível!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

Quem quer casar com a Carochinha, que é vesga e coxinha e de vez em quando desmaia no chão da cozinha?...

Ora bom , aqui não diz quanto custa; diz só que as propostas para a compra do BPN só podem ser entregues até 20 de Julho. Faltam portanto 7 dias, a contar de hoje...
Em comunicado, diz o "Público", o BPN e a Caixa Geral de Depósitos esclarecem que, apesar do prazo para compra de acções terminar a 20 deste mês, se mantém o compromisso assumido pelo governo ,em termos de prazos de conclusão do processo. Esclarece-se, de caminho, que surgiram algumas dúvidas quanto ao termo do prazo para apresentação de propostas, depois de terem sido assinados vários memorandos com vários interessados , que estipulavam na prática datas diferentes para a apresentação de propostas...
Bom, ninguém disse que ia ser fácil.  Não deve ser de facto muito fácil vender um banco na situação financeira em que o BPN se encontra. Há-de ser quase como tentar vender um carro em segunda mão com fugas de óleo e os pneus carecas e o escape roto. Não é fácil... a menos que o comprador seja um mecânico amador ,que o queira para desmontar e vender aos bocados ,ou simplesmente para praticar a arte mecânica...
O "Público" sublinha entretanto que cabe ao Estado a decisão final sobre o comprador do BPN e que tem só até ao fim deste mês de Julho para o fazer... para se decidir a quem vende o banco...  de momento e pelo que se acaba de ler  o problema mais imediato é a questão das datas limite para apresentação de propostas; o que leva a supor que ainda não terão chegado muitas , ou, se calhar , as que chegaram são pouco interessantes. O jornal lembra que o BPN foi nacionalizado em 2008, no pico da crise financeira internacional (se bem que , do que se sabe, aqui no BPN talvez não se possa culpar exclusivamente a crise financeira internacional pelo desaire) e que  desde então está sob a gestão da Caixa Geral de Depósitos. À espera do comprador que tarda em aparecer.
Em último recurso e se até ao fim do mês ninguém apresentar uma proposta que valha a pena ,talvez se pudesse tentar uma coisa...
Vender o BPN, nem que seja a prestações, aos que o levaram à beira da falência. Esses pelo menos já conhecem os cantos à casa e  precisariam de menos tempo para recuperar a imagem e a liquidez da coisa em si.
Ou não! Ou para deixá-lo, ao BPN (Banco Pouco Negociável) falir de vez. Assim como assim, não seria a primeira, nem a última empresa a falir, em Portugal, nestes agitados dias que nos percorrem.
É triste, mas é a vida e melhores dias virão.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

sapatos em segunda mão?! e luvas?...

Ora aqui está um assunto que se calhar não vos interessa nada, mas mesmo assim, cá vai.
Vem no Jornal de Notícias e fala deste jovem, que lançou uma feira com produtos em segunda mão. Na Póvoa de Varzim.
O jovem em causa é licenciado em Ciências da Comunicação e tem um mestrado em Marketing e teve esta ideia, que pretende que venha a criar – citemos – "uma oportunidade de negócio para o futuro e um trampolim para , mais tarde, contactar empresas e marcas que possam colaborar neste tipo de mercado". O mercado de artigos em segunda mão. Tudo e mais alguma coisa, menos bebidas alcoólicas e tabaco, por razões óbvias... e produtos contrafeitos e, ou, novos a estrear...
A feira decorreu ontem , na sede da Associação Juvenorte, na Póvoa de Varzim e quem por lá passou viu de tudo e a bom preço. Roupa  de um a 8 euros, bicicletas a 30 euros, sapatos a 2 euros ou 3 euros, artigos electrónicos, brinquedos, bijuterias..enfim de tudo... em segunda mão e a preço de feira da ladra... E, ora aí está,  o que já vem estragar a novidade! É que, de facto, a Feira da Ladra já pratica este tipo de comércio há décadas.. a da Ladra, em Lisboa e a da Vandôma, no Porto e outras mais ou menos espontâneas que se vão fazendo por aí...
Agora, aquela passagem, onde que se lia que o jovem licenciado quer entrar em contacto com marcas e empresas para os convencer a aderir à ideia.. essa é que soa um pouco estranha. Ou seja, se a ideia é vender coisas em segunda mão... se ainda se lembram, já aqui ficou bem expresso: na feira está proibida, entre outras coisas, a venda de produtos novos... então como é que as empresas entram neste comércio?... Ou seja, como é que as empresas podem ter em stock artigos em segunda mão?!... Serão coisas que foram devolvidas à procedência..? E se foram, foram porquê? Porque estavam estragadas, porque tinham defeito.. ou não? Ou a ideia é as empresas porem à venda coisas com defeito de fabrico e de venda mais difícil no circuito tradicional?... É que, se for assim, haverá que corrigir ligeiramente a apresentação da iniciativa... Venda de produtos em segunda mão e coisas defeituosas, ou que não funcionam.
E essas, por mais tentador que seja o preço, por mais aliciante que seja a pechincha... enfim cada um saberá de si... mas, para lixo, já basta o que bem sabeis.