terça-feira, 21 de dezembro de 2010

Diz que sim, Arrancam as ovelhas da terra à dentada e comem-nas com uma voracidade tranquila. Trabalhar as terras abre o apetite, toda a gente sabe isso.
E este deve ser já o gajo do FMI,
fazendo contas no seu prodigioso Magalhães...

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

controladores aéreos espanhóis : perdonen las molestias!

Se juntarmos a estes, os voos subaquáticos ... deitem-lhe as contas ao prejuízo que a TAP não vai ter!
Sim, que os vôos por debaixo da terra não têm grande saída. Ninguém os quer. 

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

o desper disse-o?!?!...

O textículo que se segue está publicado no Facebook do candidato presidencial Aníbal Cavaco Silva, sob o capítulo das "Ideias" e reza assim:

Voluntariado

Tenho orgulho nesse vasto movimento do voluntariado de milhares de mulheres e homens que representam, com o seu trabalho e a sua dedicação, os alicerces de uma cultura cívica que se impõe afirmar e valorizar. Seria difícil imaginar o que poderia ser a realidade social do nosso país sem o inestimável contributo do voluntariado.
O combate ao desperdício encontra na experiência do Banco Alimentar Contra a Fome um bom exemplo, não só de altruísmo, mas principalmente de organização, de capacidade de transformar problemas em oportunidades, de aplicar à economia da dádiva e do voluntariado critérios de eficiência e de boa gestão cujo resultado se traduz em melhor serviço para um número cada vez maior de beneficiários.

Ora, então..."O combate ao desperdício encontra na experiência do Banco Alimentar Contra a Fome um bom exemplo..."
Ainda que mal pergunte, de que género de desperdícios estará o candidato Silva a pensar? Pensará que os bens doados ao Banco Alimentar são restos apanhados do lixo?! Ou sobras de restaurantes?! Nunca terá, o candidato Silva, reparado naqueles meninos e meninas às portas dos supermercados a dar saquinhos de plástico para a gente meter lá coisas?... E, em alternativa, até há cheques de compras nas caixas, à saida.

E depois, ainda há esta pérola: "...não só de altruísmo,mas principalmente de organização, de capacidade de transformar problemas em oportunidades..."
Ora porra, digo eu, aí está uma oportunidade que dispensávamos sem grande custo. A começar pelos próprios beneficiários de tão voluntarioso altruísmo.
Ou, dito de outra forma, que desperdício de oportunidade de se ficar calado!
E disse-o.

quinta-feira, 23 de setembro de 2010

diz que não compensa...

Vem no Diário de Notícias, que as farmácias rejeitam a venda de remédios à dose.

Já em subtítulo explica-se que a ministra da Saúde quer que os hospitais avancem, mas a associações dizem que os investimentos que têm de fazer não compensam...

A decisão final das farmácias quanto a esta matéria só será tomada e conhecida para a semana, mas para já – e segundo o presidente da Associação Nacional de Farmácias, João Cordeiro - com o actual enquadramento legal, não é de esperar que haja farmácia interessada em avançar com a unidose.

Agora, alguns argumentos expostos pelos representantes do sector...

Ainda segundo João Cordeiro, a venda de medicamentos em unidose justificar-se-ia em casos de doença crónica e não em casos de doença momentânea, como, ao que parece, prevê a legislação agora em causa... E aqui, deixem que leia outra vez. Portanto, para João Cordeiro, presidente da Associação Nacional de Farmácias, fará mais sentido vender comprimidos, por exemplo, em unidoses, nos casos de doença crónica. Ou seja, nos casos em que a medicação tem de ser tomada até ao fim dos dias do doente. É nesses casos que, em vez de comprar uma caixa e depois, acabada a caixa comprar-se outra, já que, infelizmente, a doença em causa é cruz que o paciente tem de carregar o resto da vida... é nesses casos que João Cordeiro acha que a venda dos comprimidos em doses individuais é justificável. Já nos casos de doenças pontuais, como uma gripe sazonal, ou uma outra qualquer maleita que se resolva com 3 colheres de xarope e duas pastilhas... aí, o presidente da Associação Nacional de Farmácias acha que o doente deve comprar uma caixa inteira e depois o que sobrar, ou espera que expire o prazo, para mandar o que sobrou para o lixo, ou então espera que a vizinha de cima se constipe também, para lhe dispensar o resto da caixa...

Mas não. Porque, logo a seguir, um par de linhas mais à frente, é ainda João Cordeiro quem afirma, que a venda de unidoses para doenças como uma gripe seria uma situação mais pontual... Pontual seria; o que fica por perceber-se é se essa definição quer dizer que acha bem a venda de unidoses para gripes... o que, a ser verdade, parece chocar frontalmente com o que se tinha acabado de ouvir dizer... que só em casos de doença crónica se justifica, ou compensa, a venda de medicamentos em unidose... que uma gripe, deus nos livre, não é uma doença crónica!

E o verbo compensar não caiu aqui de pára-quedas. Oiçamos agora Carmona e Silva, presidente da Mesa da Assembleia-geral da Central Farmacêutica... As farmácias querem a unidose mas não como está. O preço previsto não compensa. Só valeria a pena se houvesse uma margem compensatória na casa dos 30% por comprimido. Diz Carmona. E Silva.

A rematar a notícia, o DN apresenta um ou dois argumentos, contra e a favor da nova medida. Do lado das vantagens, por exemplo, há um estudo que aponta para uma poupança de 140 milhões de euros para o Estado e cidadãos... Do lado das desvantagens... dizem as farmácias que o investimento para implementar a medida é insuportável e tão preocupante quanto isso é que – diz a Indústria - em unidose não se garante a segurança dos medicamentos.

Só não se garante se não se quiser! Porque em verdade, um raciocínio destes pressupõe uma de duas coisas... Ou os medicamentos vendidos em caixa não são analisados um a um e aí ninguém nos garante que numa caixa de 20 não venha um, ou dois, ou mesmo 3 estragados e capazes de envenenar alguém e o mandar senão para o outro mundo, pelo menos para as urgências médicas, para uma lavagem ao estômago... Ou então não. E se eles são todos obrigados a testes de qualidade... tanto faz que depois os vendam todos aos vintes, numa caixa só, ou à dose, consoante as necessidades pontuais do doente.

Ao mais e ao resto, digo eu, na peida e haja saúde!

O Milagre de Moisés explicado pela ciência

O Milagre de Moisés explicado pela ciência – anuncia hoje, na capa, o Diário de Notícias.

Diz a legenda... segundo a Bíblia, Moisés ergueu as mãos para o Mar Vermelho e durante toda a noite Deus separou as águas com um forte vento leste, para permitir a fuga do povo hebreu do Egipto para a Palestina. De manhã, quando o exército do faraó tenta segui-los foi engolido pelas águas*.

Ora agora, continua o DN, uma nova simulação de computador concluiu que um fenómeno natural pode realmente ter permitido o “milagre”, mas que ele aconteceu no Nilo. Portanto e segundo essa simulação de computador, o que aconteceu por essa altura foi mesmo um vento de leste de uns bons cem quilómetros por hora ter soprado, só que sobre as águas do Nilo, separando-as tal como reza a lenda, ou o milagre, descrito na Bíblia...

Houve também quem já tivesse levantado a hipótese de uma erupção vulcânica ter sido a responsável pelo prodigioso acontecimento.

E até pode ter sido verdade, que um vento de leste de 100 à hora tenha separado as águas do Nilo, ou que um vulcão tenha produzido efeito semelhante nas do Mar Vermelho... Como também pode ser que seja uma tarefa quase inútil, querer descobrir, revelar, explicar, ou entender, à luz da Ciência uma coisa que só vale mesmo pelo simbolismo, pela metáfora... É que além do mais abre um precedente complicado de gerir... Como é que a Ciência conseguirá explicar, por exemplo, o milagre da multiplicação dos pães, ou da transformação da água em vinho, ou o aparecimento de Cristo aos apóstolos, 3 dias depois de ter sido crucificado até à morte?... É verdade que muitas das coisas que hoje nos são absolutamente familiares e sem segredo eram, algumas até há muito pouco tempo, do domínio do fantástico, do impossível ... E do impossível, mesmo para a Ciência.

A questão é que há de facto um campo infinito de coisas para descobrir e revelar e conhecer a explicação... um campo fértil de pesquisa para a Ciência. Saber a verdade, ou ter uma explicação razoável para os milagres da Bíblia ou de qualquer outro livro sagrado pode ser um desafio curioso para os cientistas, mas de interesse nulo para os crentes dessas religiões... Já quanto ao resto… e falo mesmo daqueles para quem a religião, ou os milagres não dizem grande coisa… estou em crer que, mesmo assim, para esses sempre é mais interessante a descrição maravilhada de um milagre, do que explicações meteorológicas , ou outras. Seja como for e fosse de onde fosse que o vento tivesse soprado naquela altura em que os judeus fugiam das tropas do faraó... até hoje, não haveria Moisés que não dissesse que só um milagre os podia salvar. Porque em verdade, verdade vos digo… quem quiser defender a tese bíblica não vai ter grande dificuldade. Basta dizer – pois sim, foi um vento de leste... mas quem o mandou soprar daquela maneira e precisamente naquela altura?...

*pois não, o gajo que escreveu isto baralhou os tempos dos verbos e misturou o pretérito com o presente... caga lá nisso!

quarta-feira, 22 de setembro de 2010

com o tempo haveríamos de nos habituar

Provavelmente não passa de especulação, já que só hoje, em Conferência de Imprensa, é que Paulo Bento vai contar todos os pormenores do contrato que o faz, a partir de agora, seleccionador nacional de futebol.

Pois diz o Jornal de Notícias que Bento vai ganhar metade de Queiroz... Carlos Queiroz, o demitido. Ou seja, o novo seleccionador nacional vai ganhar 70 mil euros por mês. Já o Público afirma que Paulo Bento vai ganhar pouco mais de 60 mil euros por mês, o que equivale a menos de um terço do que ganhava Carlos Queiroz. E aqui as contas começam a desacertar-se. Por mais voltas que se dê, um meio é sempre mais que menos de um terço. Seja como for e pelas contas do Público, Paulo Bento vai ganhar 900 mil euros por ano, durante os próximos dois anos, até 2012, que é o prazo do contrato.

Já o Correio da Manhã adianta que o seleccionador ganhará mais 8 mil euros de prémio por cada jogo vencido e ainda mais 300 mil euros se Portugal conseguir chegar à fase final do Campeonato Europeu.

Ora , em tempo de crise, com tantas e tão deprimentes notícias envolvendo a economia nacional e, ao mesmo tempo, a economia nossa doméstica de cada dia... é reconfortante podermos desanuviar o ambiente com notícias destas... de gente tão bem sucedida profissionalmente e tão bem paga, apesar de tudo. Apesar de poder vir a ganhar menos que Carlos Queiroz e menos ainda que Luís Filipe Scolari, mesmo assim, Paulo Bento vai ganhar mais do que, por exemplo, um primeiro ministro.

E esta é daquelas notícias que, ao mesmo tempo e de súbito inspiram ideias estranhas. Por exemplo... porque não passar a escolher os governos da mesma maneira? Ou seja, em eleições directas como agora, mas com a diferença dos primeiro-ministros serem escolhidos como são os treinadores de futebol. Tanto faria que fosse português ou de um outro qualquer país... da Europa , vá, para não nos dispersarmos muito... Mas com a mesma lógica e uma remuneração idêntica. Porque, justiça lhe seja feita... apesar de tudo, parece mais importante governar bem um país que vencer uma taça num campeonato de futebol... Talvez por isso se justificasse também que um primeiro ministro ganhasse mais, ou no mínimo, o mesmo que um treinador de futebol...

Mas , justiça feita, sobraria essa vantagem... a de que os primeiro ministros haveriam de ser escolhidos preferencialmente e havendo dinheiro para isso, entre os melhores.
Quanto ao dinheiro... Também aqui se poderia adoptar o mesmo procedimento, ou seja, arranjar mecenas patrocinadores. Talvez isso obrigasse o primeiro ministro a aparecer em actos públicos de camisola, ou boné, com o logótipo dos patrocinadores. Seria estranho a princípio, mas com o tempo haveríamos de nos habituar.

Agora, a vantagem e a diferença substancial seria que os candidatos a primeiro ministro eram escolhidos em função dos bons resultados já conseguidos profissionalmente e não em função de inspirados dotes de oratória, ou a capacidade de arrumar mais promessas por metro quadrado.

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

proposta para uma rápida substituição de Teixeira dos Santos, no Ministério das Finanças. Com todas as vantagens, mesmo as mais óbvias.

quarta-feira, 18 de agosto de 2010

Edição Especial por Conta (não pode ser vendido separadamente)

Confesso que não senti emoção especial, nem particular estremecimento, quando vi que tinha finalmente sido reconhecido como Puta do Estado. Tardava a distinção, mas chegou, finalmente, este ano, ao receber os avisos do Fisco,  reclamando  o meu Pagamento Especial por Conta, sobre os meus putativos e futuros Direitos de Autor. Sem se faz favor e partindo desse princípio duvidoso e estúpido de que todas as Putas são iguais. Erro grosso. Eu passo a explicar.
O Estado Português, ou o Cavalo que o representa nas devidas instâncias, baseia-se na facturação que um gajo fez há dois anos, para cravar, em avanço, uma percentagem do que, por essas contas, esse mesmo gajo vai fazer, no ano em curso. A razão de tão acrobática matemática é simples. O Estado fodeu as contas e agora está à rasca e deita mão a tudo o que é trocos, para remediar a merda que fez. Porque é que não pede por favor?... Isso é, naturalmente, pela óbvia falta de educação que o caracteriza, herdeira da plutocracia fascista, que lhe ficou colada ao cú, desde o Tempo da Outra Senhora. Não percamos, por isso, tempo com isso agora.
Portanto, o Estado português faz as contas ao facturado há dois anos e conclui que, este ano, o facturante vai facturar mais ou menos o mesmo. E é daí que faz as contas.
As contas de quanto vai pedir por conta e à ordem para ir pagando a prazo e se não houver merda outra vez...
E é daí que vem mais uma cavalidade do Estado Português, ou da Besta que o representa nas devidas instâncias.
Parte, o mentecapto, do princípio de que todas as Putas são iguais. Já se disse. Erro grosso. Já se disse também. Passo a explicar, em continuação.
Compara um Médico a um Artista de Variedades. 
Um trata os males do corpo, o outro, os males da alma... É bem verdade, mas fica-se por aí, a semelhança entre as duas Putas.

Entretanto e antes que se perca o rumo e o mote que nos trouxe aqui... que outra relação pode haver entre o Pagamento Especial por Conta e aquilo que algumas Putas dão a uns senhores, que as protegem dos Maus?...  O destino que esses senhores dão ao guito, por exemplo... Como os chulos, o Estado gasta o guito em droga e outras putas.
Alimentando a PEC's e Pão de Ló a debochada Máquina do Poder.

sexta-feira, 30 de julho de 2010

articulas bem mas não provocas especial contentamento ao meu espírito crítico e timorato

O jornal "I" traz hoje uma página inteira dedicada à felicidade do nosso país. É um concurso. Um concurso de ideias e sugestões para um Portugal feliz. Um concurso patrocinado pelo próprio jornal, mais uma editora e uma conhecida marca de gelados... Ideias para um Portugal feliz.
O desafio apresenta-se assim: ajude a construir um país melhor, diga-nos qual é o seu ideal de felicidade, ou então conte-nos apenas uma história inspiradora... partilhe a sua ideia conosco, que as ideias mais felizes serão publicadas regularmente ás sextas nas páginas do jornal...
E porque hoje é sexta, elas aí estão, algumas ideias dos leitores.
As melhores desta semana ...
Uma leitora sugere que haja música e dança nas ruas. Pelo menos nas de maior movimento. Isso e grupos de animação a dançar entre os transeuntes e convidando-os mesmo a dançar também... Enfim, como um musical de Hollywood , mais ou menos.
Outra sugestão para tornar Portugal mais feliz, é os pais passarem algum tempo a ler para os filhos, a incutir-lhes o gosto pelo saber, a espevitar-lhes a sede do conhecimento...
Há também quem defenda que Portugal pode ser mais feliz se ajudássemos material e moralmente os mais velhos, os idosos que vivem sozinhos... se aumentássemos o sentido de comunidade e partilha, para podermos andar na rua com orgulho de ser portugueses...
Há também quem, com uma certa graça, aliás , defenda que o segredo passa por viabilizar os cheques dentista... assim, os portugueses não teriam vergonha de sorrir abertamente, para mostrar que estão felizes...
Há ainda quem defenda que um sorriso no rosto é a chave da felicidade, da nossa e dos outros... sorrir todos os dias para quem caminha ao nosso lado...
E temos ainda este leitor, que acha que o segredo da felicidade passa por incutir valores. E dá exemplos... exemplos dos valores a incutir... a iniciativa, a exigência, a responsabilidade, a criatividade, a combatividade e o humanismo... acrescenta ainda, a esta lista de valores a incutir ... o risco. Ora o risco será um valor?!... Ou antes e eventualmente, uma das contingências de quem persegue ou defende certos valores?... Enfim, não importa e adiante. Defende ainda, este leitor, que Portugal seria mais feliz se estes valores fossem incutidos e, no caso... citemos: "aos alunos do sistema educativo." Aos alunos do sistema educativo, diz este leitor... e deve ter toda a razão. Portugal seria talvez um pouco mais feliz... e mais ainda, se começasse a falar direito, como se costuma dizer...
"Aos alunos do sistema educativo"...!? Aos miúdos da primária, caraças!

quinta-feira, 29 de julho de 2010

com Fafe ninguém fanfe, carago!

Chega a ser comovedora, a forma como uma pessoa se pode dedicar a uma causa, ou até mesmo a uma outra pessoa...
Vem no DN, que André Figueiredo e Rui Paulo Figueiredo, respectivamente chefe e adjunto do chefe de gabinete de José Sócrates, saíram ontem, na Internet, nas respectivas páginas pessoais, em defesa do primeiro ministro no caso Freeport.
Não que ele precise muito, agora que o caso foi dado como esclarecido pela instrução do processo. Todos já sabem; só há dois acusados de tentativa de extorsão - Charles Smith e Manuel Pedro , da Smith e Pedro, a empresa mediadora do negócio... enquanto o nome do primeiro-ministro sai limpo do caso. O próprio já disse mesmo que, a partir de agora, nem quer voltar a ouvir falar do assunto.
Mas estes dois Figueiredos não.
E ontem lá estavam – diz o DN... lá estavam na Internet a dizer o que cada um pensa do caso.
O adjunto do chefe de gabinete, Rui Paulo Figueiredo, acha que certa comunicação social sai muito mal vista desta história, pela forma como cobriu o desenrolar dos acontecimentos... diz que, afinal... "são sempre os mesmos..." Os que tentam e vão continuar a fazer política na base da manipulação da informação e dos factos.
Já o outro Figueiredo... André Figueiredo, o chefe de gabinete de Sócrates, é mais acutilante no comentário.
"Finalmente, sim finalmente..." - consta que é assim que começa o texto... "Finalmente... O que se passou nos últimos 6 anos, no âmbito deste caso Freeport, foi uma Vergonha (Vergonha e Finalmente em letra grande, no original...) foi uma objectiva perseguição toda bem montada e bem explorada..."
E aqui até parecia que estávamos a ouvir o próprio primeiro ministro a falar, mas não... é André Figueiredo, o chefe de gabinete... que continua, ainda mais aceso e quase ameaçador... quase, não! Oiçamos:
"Agora espero que tenham reparado que não será assim que nos vencem, não através destas medíocres jogadas... não nos vencem não..."
Portanto, o aviso fica dado... a quem alguma vez, eventualmente pensar, ou sentir a impertinente tentação, de puxar André Figueiredo para o centro de alguma polémica semelhante, ou só vagamente parecida com esta, do caso Freeport... pois que se acautele! Que, com André Figueiredo a coisa fia mais fino.

é que não acerta uma, chiça!

Vem no Público, em pequeno anúncio, nas páginas centrais...  que o Papa está a escrever ( ou terá mesmo já escrito) um livro para crianças.
Diz o Público que , apesar de ser mais conhecido como autor de textos teológicos, Bento 16 se lança agora na literatura infantil, com esta versão da vida de Jesus e dos Apóstolos...
Chama-se o livro - "os amigos de Jesus". Quase 50 páginas com ilustrações de um certo Franco Vignazia...
O Público cita o Guardian, que já deve ter tido acesso , pelo menos às provas do livro e garante que a obra começa assim... "Era uma vez..." um clássico, claro! "...era uma vez um pequeno grupo de homens que, um dia, há dois mil anos, encontraram um jovem que caminhava pelas estradas da Galileia..."
Enfim, já percebemos que é um livro para crianças, mas isso não justifica que não se lhes conte a verdade de como de facto tudo se passou...
E tudo leva a crer , aliás, que tenha sido justamente ao contrário. Ou perto disso... Ou seja, era uma vez um jovem que, enfim se quisermos, passeando pelas estradas da Galileia, foi encontrando alguns jovens... um aqui, outro ali, um hoje, outro amanhã, com quem foi ficando amigo e com quem acabou por seguir caminho, em alegre e sã camaradagem...
Só uma coisa. Pode ser erro de tradução do jornal, mas como vem com aspas e tudo... enfim... a questão é esta... um grupo de homens encontrou!
Agora... um grupo de homens encontraram não me soa.

quarta-feira, 28 de julho de 2010

se fizerem mesmo questão de saber

Vem no Público que os Estados Unidos não sabem onde foi parar o dinheiro que era para a reconstrução do Iraque.
Chegou-se ontem a essa conclusão, depois de uma auditoria, que o Pentágono não é capaz de explicar como e onde gastou 96% dos 9 mil milhões de euros que recebeu para ajudar a reconstruir o país, após a invasão.
O dinheiro – lembra o Público - saíu de um fundo, criado em 2004 pela ONU, onde se reunia o lucro da exploração do petróleo e do gás natural iraquianos, mais os bens iraquianos congelados antes da invasão em 2003 e ainda de fundos que tinham sobrado do programa “petróleo por comida", ainda do tempo de Saddam Hussein.
Diz o jornal, que o Pentágono já respondeu, lembrando que não se pode dizer que o dinheiro desapareceu assim, sem mais nem menos.. o que se passa é que talvez o registo, que documenta a forma como o dinheiro foi gasto, possa ter sido arquivado em algum sítio que agora ninguém sabe onde... É isso. O mais certo mesmo é ter sido isso. O problema agora é que, se fizerem mesmo questão de saber onde e como o dinheiro foi gasto,,,, vai ser complicado. Diz o Pentágono que as tentativas de justificar o dinheiro em falta poderão exigir um grande esforço de pesquisa nos Arquivos.
Não deixa entretanto e também de ser curioso, que o dinheiro de que se fala, os tais 9 mil milhões, em euros, ser o produto da soma de vários factores e parcelas, todos eles provenientes de bens e riquezas extraídas do próprio país invadido... sejam o gás natural e o petróleo, sejam os bens confiscados, seja o que sobrou do tal programa, que pretendia amenizar o embargo económico a Bagdad, imposto pelo Ocidente...
Vá lá, que já se evoluiu alguma coisa... antes, o saque ia para os cofres dos conquistadores, agora é aplicado na reconstrução do território invadido.
Já é um progresso, ou quase.

terça-feira, 27 de julho de 2010

e p'ró cu não vai mesmo nada?...

Antes de mais, queria sublinhar que tudo o que por aqui se vai dizendo parte da leitura dos jornais e da forma como os diários vão relatando o que se passa. Por vezes pode parecer estranho, por vezes pode nem corresponder rigorosamente à verdade dos factos, por vezes pode ser o título da notícia, que nos leva ao engano, nesse exercício a que alguns jornais se dedicam de fazer um grande aparato em manchete, para depois se concluir que, muitas vezes, a montanha pariu um rato...

Mas, dito isto, vamos ao Público e à última página e àquela coluna do sobe e desce, onde o jornal vai cotando a popularidade de algumas figuras públicas.
Hoje, em queda, o jornal apresenta Luís Augusto Sequeira, o homem forte da EPUL - Empresa Pública de Urbanização de Lisboa . E reza assim: "A EPUL quer que os trabalhadores aceitem uma redução do salário base, mas sem alterar os recibos dos vencimentos. A legalidade da proposta é contestada por peritos". Acrescenta o Público, para concluir, que , mais infeliz que isso, foi a EPUL ter escolhido o termo “doação” para descrever a proposta...

Ora então a ideia seria descer os salários, mas continuar-se a assinar um recibo onde se declara que se recebeu mais do que realmente se recebeu... parece que seria essa a ideia... e depois para – digamos assim – enquadrar legalmente essa circunstância, os trabalhadores haveriam de encarar a coisa como uma doação... uma doação à própria empresa... uma doação aos cofres do Estado.. uma doação ao estado de emergência em que alegadamente se encontra a economia portuguesa... enfim, uma doação.
E por aí até se poderia ir indo, se os trabalhadores da EPUL aceitassem esse tipo de voluntariado forçado ... que de resto... propor que se receba 10 e que se assine um recibo a dizer que se recebeu 20... nem é uma questão de legalidade ou falta dela... é uma questão de descaramento.
Mas que deixa escapar entretanto uns fumozinhos de impunidade e prepotência... ou então, se preferirmos - e já numa abordagem mais científica da coisa - falemos em estudo de mercado.
No caso, perceber até onde é que a corda pode esticar, sem partir.

segunda-feira, 26 de julho de 2010

discriminação

Vem no DN e neste caso é Ferreira Diniz, o protagonista da breve notícia.
Ferreira Diniz, o médico que é um dos arguidos do caso Casa Pia, como bem sabeis. Um caso cuja sentença há-de ser lida a 5 de Agosto, como também é sabido. Ora hoje o DN fala em discriminação. Isto, claro, citando a reclamação do próprio.

Diniz queixa-se de discriminação – é o título... e depois, citando Ferreira Diniz: "Deixei de ser convidado para Conferências da minha área desde o processo."
O jornal lembra entretanto que Ferreira Diniz é o único dos arguidos do caso Casa Pia que continua a exercer a profissão que tinha quando o escândalo rebentou e que ganha 6 mil euros por mês...
Enfim , a estranheza nem será o que este médico ganha por mês, ou se calhar nem sequer o facto de continuar a exercer a profissão apesar de ser arguido num processo em que é acusado de pelo menos cumplicidade num caso de abuso sexual de menores... porque até à condenação final.. todos são inocentes... claro está. Estranho talvez seja mesmo Ferreira Diniz achar estranho não ser convidado para dar palestras...
Enfim, a verdade é que já faltou mais para dia 5 e então se verá. Se ficar provada a inocência de Ferreira Diniz.… decerto que volta a ser convidado e até com mais entusiasmo e expectativa talvez... se for condenado e preso... bom aí... outros auditórios , outros públicos o esperam para as palestras e conferências, que tiver para dar...
Seja como for... dia 5 é já ali e para quem já esperou 7 anos pela conclusão do processo... 10 dias... passam num instante.

a espuma do sabão

É naturalmente notícia hoje em todos os jornais do dia... o balanço da festa do Chão da Lagoa, na Madeira. A festa anual do PSD madeirense... e escreve o Público, em chamada de capa, que ficou à vista, a ruptura entre Alberto João Jardim e o PSD de Lisboa... aqui, o jornal escreveu PSD de Lisboa entre aspas... o Público diz que Alberto João Jardim não perdoa ao PSD nacional ter-lhe rejeitado a proposta de revisão constitucional e cita o próprio... Ou o PSD de Lisboa é solidário connosco, ou então passe muito bem.
Já o Correio da Manhã puxa a matéria para as últimas páginas. Aliás, publica-a mesmo na página de fecho da edição de hoje. Mas faz no entanto questão de publicar também uma pequena fotografia para ilustrar a matéria. A legenda diz que Jardim deixa aviso... e isso já tínhamos percebido. Reafirma o Correio também o que já ficou dito... que Alberto João Jardim pôs as cartas na mesa e, ou o PSD nacional é solidário com o da Madeira... ou então que passe muito bem e a questão da revisão constitucional... escreve o Correio que Jardim disse que não admite que a proposta de revisão constitucional aprovada na Assembleia Legislativa da Madeira não tenha sido acolhida pelo PSD nacional.
Ora portanto... nada de novo em relação ao que já tínhamos lido de essencial na chamada de capa do Público.. só que o Correio da Manhã trás uma fotografia.. Uma fotografia de Alberto João Jardim, ontem em Chão da Lagoa, onde disse essas coisas tão definitivas como – acusar o partido de ter feito tábua rasa de uma proposta de revisão constitucional e ainda que, em linguagem mais chã... só faz falta quem cá está... ou seja, se o partido social democrata de Lisboa não quer ser solidário com o da Madeira,, pois então, passar bem...
Acontece que a fotografia que o Correio da Manhã publica mostra Alberto João Jardim visivelmente contente e sorrindo enquanto saúda o povo de braços abertos e erguidos ao alto... e isto tudo envolto em espuma de banho... ou o que parece ser espuma de banho, ou claras em castelo, ou neve carbónica... enfim, qualquer coisa que faça uma abundante espuma branca... o líder regional da Madeira emerge assim do meio de uma espuma branca como Vénus saindo das ondas...
A fotografia em si acaba por nem trazer grande novidade ao que já se conhece da postura de Alberto João Jardim em ocasiões semelhantes. O mesmo se poderia dizer do tom e até mesmo quase do conteúdo do que ficou dito...
Mas tem talvez uma vantagem... a de fazer crer que, apesar do tom dos discursos e até mesmo do que se diz, se nos fixarmos nas imagens e em particular em fotografias como esta, acaba por concluir-se que talvez o caso não seja assim tão grave, quanto parece à primeira... que, se calhar, nem é mesmo para levar a sério... são só palavras... leves como a espuma do sabão.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

cálcio, magnésio e vitamina D

Bom... parece que temos aqui um problema sério.
Vem no Correio da Manhã que está aberta, nos Açores, a guerra entre duas empresas produtoras de leite... No caso, entre a Lactogal e a Nova Açores, que é uma marca da União das Cooperativas de Lacticínios dos Açores.
A Lactogal, que o Correio apresenta como a maior empresa nacional do sector, acusa a concorrente Nova Açores de publicidade enganosa. A queixa seguiu entretanto para o Instituto Civil da Autodisciplina da Comunicação Comercial. Adianta o jornal que o parecer do Instituto é claro e definitivo: a campanha da Nova Açores deve parar imediatamente e não deve voltar a ver a luz do dia.
Ora vamos lá a ver de que se queixava a Lactogal... a ver que matéria crime encontrou o Instituto da Autodisciplina na publicidade do leite da Nova Açores...
Pois diz que dizem, os folhetos de publicidade, que o leite da Nova Açores é enriquecido pela natureza e que o leite magro é enriquecido com fibras dietéticas, que regulam o trânsito intestinal e facilitam a digestão e que é também enriquecido com cálcio, magnésio e vitamina D. 
É verdade que não se sabe, pelo menos o consumidor comum não sabe, até que ponto é mesmo verdade que o leite - este ou outro qualquer - é de facto enriquecido com as tais fibras e vitaminas, como se lê na publicidade... Pode ser essa, a mentira de que se fala e de que se queixa a concorrente Lactogal e o próprio Instituto da Autodisciplina, mas a verdade também é que... aliás, melhor ainda, desafio-vos a encontrar aí pelas prateleiras dos supermercados uma marca que não seja enriquecida com qualquer coisinha ou não facilite um qualquer trânsito ou digestão...

Pois diz o Instituto que, para além da publicidade da Nova Açores poder ser considerada enganosa, ela não respeita os termos do regulamento, quanto ao próprio teor da mensagem...
Será que o que é proibido é afirmar que o leite é enriquecido pela natureza?... enfim uma daquelas frases que de tão batidas já não impressionam ninguém... Ou será por causa das tais anunciadas vantagens dietéticas do leite em causa?...
Já agora, alguém realmente alguma vez chegou a acreditar que o Presto - aquele detergente em pó para a roupa - tinha mesmo lá dentro do pacote uns pequenos bichinhos glutões que davam cabo do sujo à dentada?!...
Duvido um bocado, mas lá que tinha graça tinha.

excelentes oportunidades de investimento

A matéria merece o destaque em duas páginas do jornal I... o crédito... o crédito e o Fundo Monetário Internacional a dizer que os bancos vão atrasar a retoma económica em Portugal... Porque estão a cortar fortemente a concessão de créditos novos às empresas e acontece que as Pequenas e Médias Empresas em Portugal dependem dos bancos para vencer no mercado e dão , além disso e pelas contas do I,  emprego a 80% da população portuguesa...
Por isso, porque os bancos se retraem, o FMI prevê que Portugal perca o comboio da retoma. Portugal, Espanha, Grécia e Itália... são estes 4 países, que o FMI considera que se encontram actualmente na zona de risco... aliás, na zona de maior risco.
Ora, os bancos... Diz o Público que estão de saúde, apesar de tudo. Ou seja, estão prontos para enfrentar a crise, esta e as que vierem... Amanhã são anunciados os resultados dos testes de resistência realizados a 91 bancos europeus e a conclusão que se pode já avançar é que  sofrem cortes nos ratings, mas passam nos testes de stress europeus.
Bom, enfim, dos bancos europeus não sabemos talvez grande coisa, mas já o BPI... o Banco Português de Investimento, dizem os jornais do dia, que teve lucros de 99 milhões e meio de euros no primeiro semestre deste ano. A notícia torna-se ainda mais auspiciosa quando se conclui que esse total corresponde a um aumento de quase 12% em relação ao mesmo período do ano passado e terá mesmo ultrapassado as melhores expectativas dos analistas. O BPI diz entretanto que o produto bancário baixou quase 3%, mas as comissões subiram mais de 9, enquanto os custos baixavam também na ordem dos 2 e pouco por cento, sem contar com as reformas antecipadas...

Enfim, contas.
E o DN de hoje deita-se a fazer outras contas à crise financeira internacional.
Vem de Itália, a breve notícia e diz que, em Itália, a crise e a consequente redução do crédito concedido pela banca... ou, como no caso português, concedido com mais esforço e condições e exigências e sujeito a taxas agravadas e tudo o mais... mas em Itália, que era onde estávamos, essa situação veio trazer à Camorra, à Máfia, à Cosa Nostra um novo nicho de oportunidades, como se costuma dizer. Ou seja, a oportunidade de lavar dinheiro através de empréstimos ou investimentos em negócios legais... Diz o DN, que foi o próprio banco de Itália quem lançou o alerta.
E bem nos tinham já avisado que estes tempos de crise e recessão são excelentes oportunidades de investimento... pelo menos para alguns. pelo menos para a Máfia italiana.

quarta-feira, 21 de julho de 2010

morte aos feios?!...

Vem no jornal I e apresenta-se desta maneira, em jeito de pergunta: "Pessoas feias têm mais propensão para o crime?"
Ora vamos lá a ver o que se sabe sobre o assunto.
O jornal lembra que em 2003 um ladrão, quando foi preso e questionado sobre as razões que o haviam conduzido ao crime, respondeu: Sou demasiado feio para arranjar emprego... Resposta fulminante, que serviu de ponto de partida para um estudo mais sério sobre o assunto.
Foi a Review of Economics and Statistics quem se lançou na empresa... Segundo o I, introduzindo o factor beleza, ou a falta dela, na equação do crime, os investigadores do National Bureau of Economics Research concluíram que há mais gente feia a cometer crimes do que pessoas com traços bem parecidos...
Saltemos o adágio, que diz que quem o feio ama, bonito lhe parece e vamos à História. E a História diz que já em 1876, Cesare Lombroso escreveu um livro a que chamou “O Criminoso” e onde defendia justamente essa ideia, de que as marcas fisionómicas estão indelevelmente ligadas a traços específicos de personalidade... assim sendo, segundo Lombroso, os assassinos teriam maxilares proeminentes, enquanto os ladrões seriam os garbosos detentores de narizes achatados. Curioso lembrar que esse princípio, ou essa técnica de avaliação de personalidade, foi usada até 1930 para descobrir, identificar e condenar criminosos...
Mas a questão que se levanta entretanto é outra.

Façamos este exercício simples - pegue-se numa pessoa qualquer,,, nem precisa de ser extraordinariamente bonita, nem particularmente feia, sendo que gostos não se discutem, os padrões de beleza evoluem e mudam com as modas e , como também já vimos, quem o feio ama... e por aí fora... peguemos então numa qualquer pessoa, mas só com esta condição... que seja das que aparecem deslumbrantes nas colunas sociais, sorrindo de bem com a vida... numa expressão moderna e cosmopolita... um dos representantes da so called - beautifull people... já está? Então agora vista-se-lhe uma roupa trapalhona e desleixada... limpe-se o rosto de toda a maquilhagem, deixe-se que os cabelos se descomponham em desalinho, aponte-se-lhe a luz apropriada e, se não for pedir muito, peça-se que o nosso eleito fique sem tomar banho durante um par de dias... faça-se isso e a gente depois conversa.
Entretanto, de bandidagem e rapaziada com mau feitio, acautele-se a gente é dos bem parecidos. Desses, de quem se costuma dizer: quem te ouvir, não te leva preso!...

viva a fartura

Vamos ser breves, já que breve é também a notícia, de onde se destaca esta revelação surpreendente.
Mas antes de mais vamos aos factos.
Desde ontem que ficámos a saber que Bruxelas considera ilegal a ajuda do Governo português ao banco privado de Oliveira Costa e João Rendeiro. Ilegal e incompatível, a garantia prestada pelo Estado português sobre o empréstimo de 450 milhões concedidos em 2008 ao banco... A Comissão Europeia apontou a falta de um plano de reestruturação e a reduzida taxa de remuneração da garantia a pagar pelo BPP...
Sabe-se entretanto que o Estado já pagou aos bancos que lhe adiantaram o montante da garantia, mas não recebeu ainda, pelo menos, a totalidade desse montante por parte do Banco Privado Português, que está, como bem sabeis, em processo de liquidação total...
Pois então chegamos à revelação surpreendente.
Diz o Diário de Notícias, que Teixeira dos Santos, ministro das Finanças, já respondeu ao reparo da Comissão Europeia... Garantiu o ministro, que Lisboa vai respeitar a posição de Bruxelas sobre a ajuda do Estado ao BPP e que irá proceder à recuperação junto do banco – estou a ler integralmente o texto do DN - "proceder à recuperação junto do banco do montante que possa estar em causa..."

É justamente a construção da frase que surpreende... ou não?! Proceder à recuperação do montante que possa estar em causa. Que possa estar em causa. Que possa estar...
Será assim tanta a fartura?!, que é preciso vir alguém da Bélgica lembrar-nos de quem nos deve dinheiro...

terça-feira, 20 de julho de 2010

o que tu queres, sei eu (#2)

As palavras ... as palavras são terríveis. A manchete do Diário de Notícias - "PSD quer fim da justa causa para facilitar despedimentos". Acrescenta-se em sub título que a proposta social democrata prevê trocar a expressão “justa causa” por uma simples “razão atendível”... lê-se também, um par de linhas mais adiante, que outra proposta de revisão do texto constitucional... que é disso que se está falar... de uma proposta de revisão constitucional da autoria do PSD... outra alteração proposta é a de riscar do texto constitucional esse ponto que diz que "educação e saúde são tendencialmente gratuitos".
A verdade é que, o facto da Constituição portuguesa ditar que a educação e a saúde sejam tendencialmente gratuitos em Portugal, acaba por não comprometer seriamente ninguém com esse desígnio... Para isso lá está o advérbio, que avisa que é só tendencialmente que a educação e a saúde são gratuitos... não é caso para alarme, que, nem isso representa para já uma despesa acrescida para o Estado, nem compromete o negócio das escolas ou serviços de saúde privados... Daí que parece de uma urgência relativa preocupar-se a gente com essa matéria... Já quanto à justa causa... o título do jornal é quase uma provocação... PSD quer fim da justa causa... como é que alguém pode querer acabar com uma justa causa?!...
Mas talvez não seja bem assim, porque a seguir lê-se que é para facilitar despedimentos, que se quer acabar com a justa causa.
Ou seja, é então essa a nova justa causa. A justa causa, para acabar com a justa causa, é a de facilitar despedimentos... Pelo caminho ficamos a saber que, em substituição da justa causa, o PSD propõe uma razão atendível... que deve ou pode ser atendida... diz o dicionário... uma razão atendível... convenhamos, então,  que qualquer justa causa traz em si uma razão atendível.
Outra manchete curiosa e que nos remete igualmente para a proposta de revisão constitucional social democrata vem no I e diz que "PSD retira poderes ao presidente" –disso já se tinha ouvido dizer - e que "apaga PREC da Constituição".
Ora, PREC quer dizer Processo Revolucionário Em Curso e já foi. Foi o nome que se deu àqueles meses quentes, logo a seguir ao 25 d’abril de 74 e que historicamente foi até ao 25 de Novembro de 75...por aí... mais ou menos...
Ora, tirando isso que é histórico e é escusado apagar seja de onde for... é como a ditadura do Estado Novo e o d. Sebastião ter desaparecido... é histórico e não há volta a dar... quanto ao resto...
O processo revolucionário em curso... pois se houver algum... também não é riscando-lhe a existência do texto da Constituição do país que se consegue travá-lo, ou fazê-lo desaparecer, como por milagre ou passe de mágica.

o bem estar da população

Ora a notícia, breve, vem do Cacém, arredores de Lisboa e aterra nas páginas do Correio da Manhã.
"População contra barulho" – avisa o título... a revolta – explicou-se já, entretanto e em ante título - a revolta é por causa do toque da sirene e do ensaio da fanfarra dos bombeiros...
Entremos.

Segundo os testemunhos recolhidos pelo Correio, a população não está contra os bombeiros, que reconhece serem fundamentais... mas, em nome do respeito , reclamam contra o toque da sirene e os ensaios da fanfarra.
Ora, os toques da sirene são ao meio dia... e quem mora perto de um qualquer quartel dos bombeiros sabe que elas costumam apitar por essa hora. É um sinal horário, que se distingue de outros sinais sonoros emitidos por este tipo de sirenes... por exemplo, quando é para dizer que há fogo... toca 3 vezes. Quando é meio dia toca só uma... e é justamente ao meio dia que esta do Cacém toca. Já a fanfarra toca mais pela fresca. Pelas 9 da noite, à hora da telenovela, em plena rua. Na praça da República, todas as terças e quintas.
O jornal ouviu testemunhos de moradores vizinhos e da associação de pais da escola que fica encostada ao quartel dos bombeiros. Um dos testemunhos vamos reproduzi-lo na íntegra, que é curto e eloquente: "É desnecessário ( o toque da sirene); não há justificação porque não é por emergência..." – fala um dos membros da associação de pais da escola... diz que é desnecessário e acresce que, neste caso, o entrevistado tem dois filhos que foram operados aos ouvidos e que o barulho ensurdecedor os prejudica ainda mais (certamente que sim, mas, vejam só que coincidência mais inoportuna... ambos operados e logo aos ouvidos!)
O jornal remata dizendo que já foram apresentadas várias queixas na Polícia do Cacém... antes e ainda em maré de citações, o Correio sublinhava esta passagem , do rol de críticas e denúncias da população de Agualva Cacém... "o ruído está a assustar os miúdos e a prejudicar a saúde e bem estar de todos."
Estamos a falar de uma sirene dos bombeiros que toca a dar o meio dia... e de uma fanfarra que ensaia duas vezes por semana ao ar livre , numa praça da vila...
É disso que estamos a falar e é isso que está a assustar as crianças do Cacém e a prejudicar a saúde e o bem estar da população local...
E é isso que tem de acabar rapidamente! A bem da saúde e do bem estar do povo do Cacém... a bem da paz e sanidade mental das crianças que, ao que consta, andam assustadas. De cada vez que ouvem a sirene dos bombeiros acreditam que vem aí um ataque aéreo e então quando toca a banda é que não há dúvida nenhuma... é já a guarda avançada de Napoleão, que venceu as linhas de Torres e vem agora por aí abaixo invadir o Cacém.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

o que se passa é o seguinte

o Estado português declarou guerra a Portugal.

o porradão cósmico

A notícia já nem é de hoje, mas o Correio da Manhã volta a pegar no assunto, quanto mais não seja porque o protagonista da história já teve tempo, entretanto, para lhe juntar mais alguns pormenores...
O protagonista é este construtor civil algarvio, que entrou com uma empilhadora pelo Centro de Ajuda Espiritual adentro e só parou junto ao altar e porque tinha já uma pistola da Guarda Republicana apontada à cabeça, segundo o próprio. De caminho deixou em cacos toda a plateia da sala. A IURD deu-me cabo da vida – foi por isso. Diz Eleutério Cortes - o construtor arruinado – que nesse ano de 2004 começou a frequentar a Igreja Universal do Reino de Deus, em Faro, porque, obviamente, a vida lhe corria particularmente mal e ele não via saída, nem forma de dar a volta à má sorte. Todos os meses passou a dar 100 euros à Igreja... A promessa era que Deus lhe haveria de retribuir com 100 vezes mais... No fim desse ano chegou a participar numa certa Campanha Santa, que o levou a vender tudo o que tinha de valor... jóias, a ford transit, o camião, um cavalo, as ferramentas... 100 mil euros em dinheiro vivo, que um dia os pastores da Igreja foram a casa dele recolher para dentro de um saco, com a reiterada promessa de uma recompensa divina, com juros milagrosos. Passaram-se 5 anos e o mais que conseguiu juntar foram dívidas e desespero. Até que, terça feira passada, pediu uma empilhadora emprestada e entrou pela Assembleia adentro, levando tudo à frente. Garante que primeiro se certificou que não estava ninguém na sala nesse momento.
Agora, o pormenor curioso nesta história. E começa por ser curioso o facto de,  até no meio da maior miséria, haver sempre qualquer coisa que nos faz rir, mesmo sem querermos... neste caso... e no meio de um relato que dá tudo menos vontade de rir... chegamos a esta declaração de Eleutério Cortes, ao jornal Correio da Manhã. Diz que, já depois de algemado pela polícia, o pastor da Igreja Universal do Reino de Deus de Faro se chegou ao pé dele e... citemos: "Deu-me um chapadão com toda a fé."

dias negros

"Dia negro" – anuncia o Jornal de Notícias na primeira página... Isto por causa das 7 mortes registadas ontem em Portugal, na sequência de acidentes vários. Desde o afogamento de mais uma criança numa piscina, a mais um acidente de trabalho que soterrou um operário, à morte súbita de um atleta durante o treino, passando por um par de atropelamentos e ainda o caso do homem que esfaqueou a mulher por ela rejeitar o divórcio.
Todos os dias, se os somássemos, casos destes, espalhados que andam pelas páginas dos jornais... mas se os juntássemos assim numa lista, como o JN hoje fez, e os publicássemos na primeira página... muitos dias negros nos haveriam de saudar , como diz a cantiga, ontem hoje e amanhã...

Mas hoje é também dia dos jornais fazerem o balanço do que foi ontem o debate do estado da Nação, em S. Bento...
Dias negros... é o que parece que nos espera, também daqui... Ainda no JN - a manchete – Estado corta apoios a refeições nos ATL... Diário de Notícias: Já há centros de saúde em que todos os médicos se reformaram... Público: Desempregados e crianças são os grupos mais expostos ao risco de pobreza. No Jornal de Negócios: Sócrates avança com cortes nos benefícios fiscais. No Económico: Banca comprou mais dívida pública para ajudar o Estado. No Correio da Manhã: Calotes de 17 mil milhões na banca. No I : Ter dois filhos agrava a pobreza em Portugal... Logo abaixo deste título... a legenda: Primeiro ministro garante que Portugal alcançou a mais baixa taxa de pobreza de sempre. Bom, vamos então agora por aí... boas notícias...
Pensionistas mais pobres vão receber vacina gratuita contra a gripe já este ano.. no Económico, ainda no Económico... Governo autoriza aumento salarial de 1% no Banco de Portugal – o jornal sublinha entretanto que apenas no Banco de Portugal o governo autorizou aumento de salários... no resto ... no resto já se sabe.

E de resto também não vejo assim mais nenhuma que se possa chamar realmente uma boa notícia nas capas dos jornais... Que o famoso contracto dos submarinos gerou luvas de 80 milhões, como anuncia o Correio da Manhã?!... Que hoje é o dia D para a PT decidir o que fazer com a oferta da Telefónica quanto à compra da Vivo?!... Que milhares de desempregados têm os subsídios em atraso?!... Que no tribunal do trabalho de Lisboa metade dos juízes têm processos disciplinares?!... Que os spreads das casas estão próximos das taxas máximas anunciadas pelos bancos?!... Que os empresários recusam eleições e pedem ao PS e PSD que se entendam?!... Que o CDS propôs uma coligação governamental tri partida, mas que Sócrates e PSD ignoraram essa proposta de Paulo Portas feita ontem no plenário?!...
Ora, o Jornal de Notícias, que hoje alinhou numa lista negra, em primeira página, os 7 casos de acidentes mortais ocorridos ontem em Portugal... com a mesma agilidade e poder de síntese, o mesmo JN poderá servir para resumir também , não tanto o estado da Nação, mas ... enfim... citemos. Disse Paulo Portas: Saia sr. Ministro... respondeu José Sócrates : Só pensam no Poder.
Chiça penico, Zé, desta vez acertastes em cheio, caralho,pá!

quinta-feira, 15 de julho de 2010

o dia do Filho da P

A notícia vem em mais que um dos jornais do dia... a notícia do julgamento e sentença de Jesuína Neves, a Dona Branca de Valbom, como ficou conhecida.
Esta ex bancária foi condenada por ter desviado, entre os anos de 97 e 2002, 10 milhões de euros de 177 clientes do banco, onde trabalhava.
Dizem os jornais que o fez para ajudar a empresa de um amigo. Uma empresa farmacêutica. Dizem os jornais, que o tal amigo foi condenado a 4 anos e meio de prisão e ela a 5... ambas as penas.... suspensas...
E já vamos ver, porque é que o tribunal de Gondomar resolveu suspender a pena... Antes disso deixem que vos conte o essencial da fraude.
Os clientes eram aliciados para fazer depósitos a prazo, cujo dinheiro seria investido em produtos de alto rendimento... Sendo que o dinheiro, como já se percebeu, era entretanto desviado para a conta do tal amigo de Jesuína Neves... Dizem os jornais, que entretanto , quando o caso foi descoberto... Jesuína foi despedida do banco, tendo vivido desde então no desemprego, sobrevivendo com a ajuda dos pais... Já o empresário não parece ter tido esse tipo de problemas e a empresa que gere continua a funcionar sem aflições de maior... Diz mesmo, o JN, que, graças ao dinheiro desviado, a empresa, que facturava 25 mil euros em 98, passou a facturar 5 milhões, passados 4 anos. As instalações mudaram-se do espaço acanhado que ocupavam no Porto, para um pavilhão desafogado na zona industrial de Gondomar... Em informação paralela também, os jornais referem que Jesuína Neves é, ou era, ao mesmo tempo, catequista no Centro Paroquial de Valbom... Mas isso  são contas de outros rosários...
Havia também um terceiro arguido, empregado da farmacêutica, mas o tribunal considerou que não tinha culpa que chegasse para uma condenação e absolveu-o.
Já Jesuína e o amigo não. 4 anos e meio para ele e 5 anos de prisão para ela. E com pena suspensa. Ambos. Vamos lá então a saber, porque é que o tribunal de Gondomar resolveu suspender a pena de prisão para Jesuína Neves...

Deixem que siga a descrição do jornal I - que o tribunal condenou Jesuína, agora com 53 anos, por crime de burla qualificada, tendo-a absolvido do crime de abuso de confiança, porque, ainda no entender do tribunal, não tinha intenção de se apropriar do dinheiro. Mas sim de assegurar a disponibilidade financeira da empresa do amigo.

E no fundo era aqui que queria chegar. A esta surpreendente conclusão do tribunal de Gondomar. Diz que não houve crime de abuso de confiança... Pois meus amigos, se outro crime não tivesse havido e mesmo que os arguidos tivessem já devolvido todo o dinheiro que desviaram – o que ainda não aconteceu completamente e houve gente que ficou sem o dinheiro da reforma entretanto... Pois , estava eu a dizer que, se outro crime não houvesse... desse, o de abuso de confiança, não haveriam de sobrar quaisquer dúvidas! Foi mesmo um abuso de confiança, o que esteve na origem de tudo o que seguiu. As pessoas acreditaram , confiaram com uma fé cega, nesta bancária, ainda por cima catequista – que numa terra pequena toda a gente se conhece – e entregaram-lhe o dinheiro das poupanças e das reformas para que ela o aplicasse numa jigajoga financeira qualquer que lhes daria juros gordos e garantidos...
Que não tinham intenção de se apropriarem do dinheiro e era só para resolver uma emergência, no caso, assegurar a disponibilidade financeira de uma empresa, que estava com dificuldades em conseguir crédito na banca...
Enfim, acredite quem quiser, mas esse parece ser o móbil de todos os crimes, pelo menos os de roubo... resolver uma emergênciazinha qualquer.

 
Vem no Correio da Manhã em breve destaque na secção que o jornal chama de Mundo Louco. E vem da Argentina , a notícia.
O sindicalista argentino Luís d’Elía propôs que se comece a celebrar, na Argentina e a cada 2 de Agosto, o dia do Filho da P... é assim que o jornal escreve por razões obviamente...óbvias. O dia do Filho da P... e a 2 de Agosto porque esse é o dia do aniversário de Jorge Rafael Videla .. do ditador Jorge Rafael Videla, que enfrenta entretanto vários processos por crimes contra a humanidade. Diz este sindicalista que , nos anos 90, a Argentina conheceu muitos filhos da P... como Carlos Menem, Eduardo Duhalde, Fernando de la Rua, Domingos Cavallo, mas que Videla, precedeu-os a todos e merece por isso a distinção ..

Ora cá em Portugal e no caso, nas Caldas da Rainha, o impropério não foi tão longe.
Este agricultor, Macário Gomes de sua graça, foi condenado a 3 meses de prisão efectiva e a pagar uma indemnização com juros, por ter dito , numa assembleia municipal, que Herculano Martins, o presidente da junta de freguesia, era corrupto.
Os pais deste agricultor, que tentam agora reunir o dinheiro para o tirar da cadeia, lembram com estranheza  que quase não há dia em que não se oiça no Parlamento português toda a gente a chamar nomes a toda a gente e ninguém vai preso. Já o filho, que só estudou até ao 9º e se limitou a emitir uma opinião... acabou detido por insulto e difamação.
Os factos remontam a 2007 e este agricultor denunciou na altura uma - para ele  pouco clara - contratação de uma funcionária, pelo presidente da Junta de Manique do Intendente – faltava dizer o nome da terra... No ano seguinte foi condenado, tendo ficado a pena suspensa por um ano, caso pagasse a indemnização pedida – Mil e quinhentos euros ... enfim, já vimos dignidades com melhor cotação no mercado das ofensas... mas o jornal lembra que os desaguisados, entre este agricultor e o presidente da Junta, já se arrastavam há mais tempo. Terão começado quando o presidente da Junta resolveu vender os sinos da Igreja... Consta que foi por obra e força de Macário Gomes e dos vizinhos da paróquia que se conseguiu que os sinos voltassem ao campanário...

Mas , em verdade só vos contei isto porque... ainda há pouco aqui conhecemos a dona Branca de Valbom, a bancária que desviou 10 milhões de euros das poupanças dos depositantes e ficou com pena suspensa... e agora aparece este agricultor, que por ter chamado nomes feios ao presidente da Junta levou 3 meses de prisão efectiva...
Mas o Correio da Manhã dá mais exemplos curiosos... histórias de proveito e exemplo... como a do homicida, que se foi entregar, confessando o crime e a policia mandou-o  para casa, convocando-o a apresentar-se no dia seguinte no tribunal. Nunca mais ninguém o viu. Até hoje.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

é do caralho, senhores ouvintes!

Sem sombra de ironia, deixem que vos confesse que ainda estou para saber se é a sério, ou se trata de uma subtil e requintada blague, ao jeito de "poisson d’Avril"...
Vem no Diário de Notícias, com fotografia do protagonista e tudo.
O protagonista é, no caso, António Serrano, o ministro português da Agricultura, que, na foto, aparece quase sorrindo, enquanto estica o braço e a mão que recolhe, de uma prateleira cheia de latas e frasquinhos, o que parece, ou podia bem ser, uma lata de atum.
E a legenda: "Mochila e alimentos na despensa para emergências..."


E agora, apesar de serem ainda uns bons 4 parágrafos, deixem que vos leia, quase na íntegra, ou pelo menos, as passagens mais intrigantes.


"O ministro da Agricultura, António Serrano..." – começa assim, a prosa - "... apresentou ontem a campanha “Previna-se e Viva”, que passa por recomendar à população que guarde alimentos na despensa e numa mochila de emergência para responder a situações de crise. Num supermercado em Lisboa..." – este que a fotografia ilustra, presume-se – "...o ministro admitiu que já em 2005 tentou fazer avançar este dossier, que é uma “resposta obrigatória”... – este resposta obrigatória vem com aspas – resposta obrigatória, portanto, "...dos estados membros da Nato... Estamos a fazer o contrário do que se faz, depois de portas arrombadas , trancas na porta..." Diz o ministro... pois não. O provérbio não é assim, mas percebe-se a ideia. 
O que não se percebe é que relação terá com o que se estava a falar, pelo menos à primeira...


Continua o Diário de Notícias explicando o essencial da ideia...A cada português é apresentada a “despensa que não se dispensa” e a “mochila de emergência” através de um folheto disponibilizado nos supermercados pela Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição.
E a concluir... escreve o DN... que a mochila de emergência deverá conter "alimentos básicos e utensílios como guardanapos, fósforos, panelas pequenas, canivete multi-usos e lanterna. Tudo para sobreviver a uma eventual crise..."


Ora, abóbora!, com um arsenal destes até se pode a gente enfiar num bunker debaixo do quintal e esperar o fim do mundo! Não sei se é dessa crise que falam e temem os tais países membros da Aliança Atlântica...
Como a hipótese do fim do mundo , apesar de teoricamente possível, não parece que se resolva com panelas pequenas e canivetes multi-usos... o cenário das crises futuras também não parece que se contente e combata com o que cabe numa pequena mochila de emergência... O mais certo é o tempo acabar por fazer expirar o prazo de validade de boa parte das conservas que se comprou e acabar tudo no lixo, quando os horizontes se desanuviarem um pouco por sobre as nossas cabeças.
Entretanto também, já a Associação Portuguesa de Empresas de Distribuição gozou de uma pequena folga, no susto em que vive actualmente, com os consumidores em recessão e as vendas a baixarem...
Enfim, também não lhe resolve completamente a vida... mas como mochila de emergência... serve perfeitamente.

terça-feira, 13 de julho de 2010

as falhas técnicas

Vem hoje no Correio da Manhã que , a partir de agora e à luz da nova lei da Televisão, os operadores ficam expressamente proibidos de aumentar o volume de som da transmissão, durante os intervalos publicitários.
Já toda a gente deve ter dado por isso. Quando chega ao intervalo dos anúncios, o som da televisão sobe, quase que como por milagre... pois, os operadores garantem que não é de propósito e justificam esse aumento de volume com falhas técnicas... de resto, garantem que cumprem as normas em vigor.
Talvez seja então necessário  fazer agora  legislação que obrigue os operadores a mandar consertar as falhas técnicas... Já que de outra forma parece que não vamos lá...

E estoutra vem em todos os jornais e passou ontem também por todas as televisões...

Cavaco Silva em resposta a Paul Krugman.
Um é o presidente da República portuguesa, como toda a gente sabe, o outro é economista e já recebeu um prémio Nobel, por causa disso.
Ora, disse Paul Krugman, que a Grécia pode ser forçada a sair da Zona Euro e que Portugal corre grande risco de contágio, podendo mesmo ser arrastado nesse maelstrom e ser obrigado também a abandonar o clube da moeda única.
Pois então, respondeu Cavaco Silva às declarações de Paul Krugman... "Eu estudei muito a Zona Euro, escrevi livros sobre a matéria e sei como é fundamental para a Europa. Essas afirmações de Paul Krugman, que conheço muito bem, revelam algum desconhecimento de qual é a real situação da União Monetária..."
O Diário de Notícias, por sua vez, transcreve assim as palavras de Cavaco: "Acho que é uma certa falta de conhecimento do que é de facto a Zona Euro, penso que seria um desastre para a Europa..." (repare-se que já não se fala da Zona Euro, mas da Europa, que, lato sensu, é um pouco maior que a Zona Euro) ...que seria então "um desastre para a Europa, não para a Grécia, para Portugal, para a Irlanda ou para a Espanha, seria um desastre para a Europa, se por acaso este edifício que é a União Monetária viesse a ruir."
Ora bem, se esse viesse a ruir, haveria de construir-se outro, que foi assim que a História da própria Europa se foi construindo, ela também. Como bem sabeis, nesta Europa a que pertencemos, até coisas como a Prússia, ou mais recentemente a Jugoslávia e antes dela a União Soviética, para não falar já do próprio Império Romano... fazem parte do passado. Foram substituídas, no mapa da Europa , por outras realidades, com outros nomes e outros desígnios também... e a Europa?... Bom, a Europa, contudo, ela move-se. Pode cair o edifício da União Monetária Europeia... e com ele uma boa parte da gente que se empenhou a construí-lo tão generosa e aplicadamente, mas a Europa há-de sobreviver.

De resto... Diz Cavaco que escreveu muito sobre a matéria... Paul Krugman também já deve ter escrito alguma coisinha sobre a matéria. A diferença é que Krugman já ganhou um Nobel da Economia e Cavaco ainda não.