quinta-feira, 13 de maio de 2010

solidários à base de porrada

Manchetes destas !...
Enfim, uma tal mancha gráfica, como a que ilustra hoje a capa do Diário de Notícias, só as costumamos ver quando alguém muito importante morre, ou se deu alguma tragédia tamanha. 
O rectângulo negro cobre quase meia página . Em letra gorda , redonda e de um branco tonitroante , a legenda anuncia: "Sobem todos os impostos".

É sabido que impostos é coisa que ninguém pagava – se em rigor e boa verdade fosse possível . Parece que não é e por isso há que dividir o mal pelas aldeias e  a despesa por todos... Enfim, por todos os que têm rendimentos próprios, qualquer coisa de seu.
Dá-se o caso de, mesmo sem o dizer, o Estado reconhecer que , de livre vontade, ninguém abriria – como se costuma dizer – os cordões à bolsa. Criou-se, então, um mecanismo que , com toda a propriedade se chamou de "Imposto"... ou seja, uma forma de ir cobrando, coercivamente, uns trocados para equilibrar o Orçamento de Estado. De resto, já se sabe...A alternativa é cair fora da lei e fugir ao Fisco.

Temos , portanto – e é do senso comum - que, pagar impostos é – até ver – a única maneira do Estado ter dinheiro para pagar as despesas correntes do governo da Nação. As despesas inerentes à manutenção do bem comum. Da prosperidade possível do país. Do bem estar da população. Assim sendo, talvez que se devesse chamar com mais propriedade... o "Pressuposto"... já que se deveria partir desse pressuposto, que para o bem comum, quem tiver dinheiro para isso deve colaborar, dando uma parte dos rendimentos ao Estado. Tão natural como lavar a cara todas as manhãs... Num cenário mais contrafeito,  poderíamos também comparar a situação a uma doença crónica. Qualquer coisa com que tem de se conviver o resto da vida e que  condiciona de certa forma os movimentos, mas não  impede de continuar irmos andando, com alguma alegria e qualidade de vida...

Num patamar mais avançado dessa pedagogia, que está por fazer, poderia chegar-se ao "Proposto"! Aí seria já quando cada um desse o que entendesse, sem se pôr a fazer contas a quem  deu mais, ou quem deu menos. Seria assim: o País está em dificuldades, o Estado não consegue gerar* receitas que cubram as despesas, o que propomos é que, quem puder, ajude com qualquer coisinha. Um "Proposto", portanto.

Para já estamos ainda na fase do Imposto... o nome diz tudo... diz por exemplo que é, no mínimo, um absurdo dizer-se que se pede a alguém que faça o que seja... um esforço, por exemplo, quando esse pedido vem com o rótulo de imposto. É um disparate semântico. Um eufemismo disparatado.

Um disparate que não nos impede, no entanto, de sonharmos com o dia em que, em vez de "Imposto", se lhe possa chamar.... "Com Todo o Gosto".


* tinha escrito "gerir", mas reparei a tempo, que me tinha enganado... Ainda bem! (que reparei a tempo)

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