terça-feira, 25 de maio de 2010

uma questão de dignidade

Diz assim, o título: "Justiça ordena corte na água fresca em todos os tribunais"
Em nome da austeridade, explica-se depois já em sub-título. Os tribunais foram proibidos de renovar os contractos com fornecedores de água refrigerada, os funcionários lamentam e queixam-se de que  nem os computadores funcionam... Parece que sim, que demoram uma hora a arrancar. Enfim, uma hora, mesmo uma hora, talvez seja exagero, mas a impaciência, já se sabe, não tem a noção do tempo.
Agora, quanto à água fresca... Pois bem, o que se passa é que nem fresca nem natural. Pelo menos dessa água mineral, que as tais máquinas usam e distribuem... Enfim, a verdade também é que não serão todos os tribunais afectados por esta decisão . A razão é clara com água. É que nem todos os tribunais tinham essas máquinas de distribuição de água mineral, fresca ou natural...

Agora os que tinham... aí é que a indignação começa já a levantar fervura. O DN lembra que estas máquinas são até uma indicação expressa da Direcção Geral de Saúde e fazem parte do plano de contingência para as ondas de calor. Foi justamente este um dos argumentos usado já pelo Sindicato dos Oficiais de Justiça, para contestar a decisão. Um representante do sindicato disse ao DN - citemos: "penso que terá sido um lapso. Amanhã (que é hoje) vamos reunir-nos com o director da Direcção Geral da Administração da Justiça e certamente que este assunto será abordado." Depois continua. "Um utente passa 4 ou 5 horas numa sala de audiência e para beber um copo de água vai ter de ir à casa de banho..." e conclui desta forma surpreendente. "É uma questão de dignidade."

Reconhece mais adiante que a alternativa é levar uma garrafinha de água mineral, fresca ou natural, comprada na rua...
Mas fiquemo-nos pela questão da dignidade.

Ter de ir beber água à casa de banho é uma questão de dignidade. "Para beber um copo de água vai ter de ir á casa de banho? É uma questão de dignidade."

De dignidade... portanto. Uma questão de dignidade... a dignidade... a di-gni-dade ... não sei se já vos aconteceu... Repetir uma palavra, tantas vezes que ela começa a soar estranha e quase como uma espécie de disparate sem sentido... Dignidade... dignidade... dignidade... dignidade... dignidade... dignidade... dignidade... dignidade...

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