terça-feira, 27 de julho de 2010

e p'ró cu não vai mesmo nada?...

Antes de mais, queria sublinhar que tudo o que por aqui se vai dizendo parte da leitura dos jornais e da forma como os diários vão relatando o que se passa. Por vezes pode parecer estranho, por vezes pode nem corresponder rigorosamente à verdade dos factos, por vezes pode ser o título da notícia, que nos leva ao engano, nesse exercício a que alguns jornais se dedicam de fazer um grande aparato em manchete, para depois se concluir que, muitas vezes, a montanha pariu um rato...

Mas, dito isto, vamos ao Público e à última página e àquela coluna do sobe e desce, onde o jornal vai cotando a popularidade de algumas figuras públicas.
Hoje, em queda, o jornal apresenta Luís Augusto Sequeira, o homem forte da EPUL - Empresa Pública de Urbanização de Lisboa . E reza assim: "A EPUL quer que os trabalhadores aceitem uma redução do salário base, mas sem alterar os recibos dos vencimentos. A legalidade da proposta é contestada por peritos". Acrescenta o Público, para concluir, que , mais infeliz que isso, foi a EPUL ter escolhido o termo “doação” para descrever a proposta...

Ora então a ideia seria descer os salários, mas continuar-se a assinar um recibo onde se declara que se recebeu mais do que realmente se recebeu... parece que seria essa a ideia... e depois para – digamos assim – enquadrar legalmente essa circunstância, os trabalhadores haveriam de encarar a coisa como uma doação... uma doação à própria empresa... uma doação aos cofres do Estado.. uma doação ao estado de emergência em que alegadamente se encontra a economia portuguesa... enfim, uma doação.
E por aí até se poderia ir indo, se os trabalhadores da EPUL aceitassem esse tipo de voluntariado forçado ... que de resto... propor que se receba 10 e que se assine um recibo a dizer que se recebeu 20... nem é uma questão de legalidade ou falta dela... é uma questão de descaramento.
Mas que deixa escapar entretanto uns fumozinhos de impunidade e prepotência... ou então, se preferirmos - e já numa abordagem mais científica da coisa - falemos em estudo de mercado.
No caso, perceber até onde é que a corda pode esticar, sem partir.

Sem comentários:

Enviar um comentário