terça-feira, 22 de junho de 2010

a mota é liiiiiiiiiiiiiinda!

Vem no 24 horas: "Catedral de lixo no chão". Assim mesmo.
Em Austin, Texas. O edifício, construído no jardim de uma casa particular, já ia com 10 metros de altura. Todo feito a partir de lixo... uma catedral feita com lixo, era a ideia do criador, só que os vizinhos opuseram-se por uma razão simples, tinham medo que aquilo caísse tudo ao chão. Acontece que o edifício já começou a ser construído em 1988, há 22 anos, portanto... Neste momento, tinha já  10 metros de altura e 60 toneladas de lixo acumulado... Acabou agora demolido pela polícia, indo todo o material para uma central de reciclagem.

Mas nem era deste edifício, que vos queria falar. Antes deste outro, que faz notícia em mais que um dos diários desta terça feira. Este outro tem 60 metros de altura, o que perfaz 15 pisos e 111 apartamentos... o nome é distinto : Estoril Sol Residence... os vizinhos chamam-lhe uma aberração.
Vamos aos factos.
Foi há 3 anos, que começou a ser construído, à beira da marginal e à entrada de Cascais (p'ra quem vai de Lisboa...) Rés vés ao jardim, onde se celebrava o Festival de Jazz do Estoril, o parque de Palmela. O festival mudou de sitio por causa das obras , passando, em 2008, para a Fortaleza de Cascais e este ano para o Casino... adiante... Foi há 3 anos, que começou a ser construído à beira da marginal, rés-vés ao  parque de Palmela e portas meias com o novo hotel Estoril-Sol. E acaba de ser considerado pronto para habitação.
Ora, se bem se lembram, a notícia levantou muita espuma na altura... A demolição do velho e histórico Estoril-Sol, que, apesar de toda a importância e significado simbólico, haveria de reconhecer que não respeitaria o chamado impacto ambiental... coisa de que muito provavelmente nem se falava, à altura da construção do velho hotel... Mas hoje fala-se. E por isso mesmo, o novo hotel Estoril-Sol foi obrigado a ter esse pormenor em conta, no plano de construção - o do impacto ambiental. E admitamos que o novo Estoril-Sol até acabou por se aninhar com algum recato na encosta que ladeia a marginal. Passa até , diria que , discretamente, no filme da paisagem.... É de crer que os vizinhos terão respirado de alívio, quando viram a obra acabada. De facto, o novo Estoril-Sol, sem perder a imponência e o garbo, acaba por ser mais discreto que o antigo edifício... como se espera que seja toda a elegância, afinal de contas... discreta. Já o mesmo não se pode dizer das tais torres, que acabam de ser inauguradas com o pomposo nome de Estoril Sol Residence... Já olhar para os andaimes, da obras a crescer, fazia temer o pior...e por fim, o pior acabou mesmo por acontecer.
Não vamos perder tempo em considerações de estética, a dizer que é bonito, ou simplesmente aberrante... Fiquemos só pelo que fez correr tanta tinta na altura, chegando mesmo  a comprometer  a construção do novo hotel... a questão do impacto ambiental... do desfear da paisagem. E, meus amigos, se há coisa pouco discreta... é sem dúvida este Estoril Sol Residence. Posso garantir-vos que, por exemplo, na fotografia que o Diário de Noticias publica, parece até que a imagem deste Estoril Sol Residence  foi recortada de um sítio qualquer e colada depois em cima da fotografia da marginal do Estoril. Em primeiro plano vê-se ainda um antigo palacete, debruçado sobre a praia; em fundo, a mancha verde do parque Palmela, ou do que eventualmente restará dele e – sejamos francos... nesta fotografia fica-se mesmo sem saber se não seria melhor mandá-lo abaixo, como no Texas fizeram à tal catedral de lixo...
Mandá-lo abaixo... ao velho palacete, claro! Que está ali especado, à beira da praia, armado em verso de pé quebrado... Coisa sem jeito, nem respeito!
como sugestão, depois de mandarem o palacete ao chão, aproveite-se o espaço para um parque de estacionamento, ou baldio de luxo, para os futuros habitantes do Residence levarem os cãezinhos a cagar...

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