terça-feira, 29 de junho de 2010

que desperdício

Está aqui uma entrada no JN, que não deixa de ser surpreendente...  acho eu.
E diz assim: "Coisas tão simples como confirmar o nome do doente e o sítio onde tem de ser operado não se fazem por sistema nos blocos portugueses. Vão passar a ser obrigatórios a partir de 1 de Julho. Sem custos, permitem reduzir para metade a mortalidade cirúrgica..."
Não vos surpreende?! Digo eu, que seja assim tão simples e que mesmo assim seja preciso uma espécie de decreto, para que a prática entre em vigor e assim reduza para metade as mortes ocorridas por erros cirúrgicos?...
Diz o JN, que a “Cirurgia Salva Vidas” – é assim que se chama o projecto - é uma das medidas a anunciar hoje, no dia em que se faz o balanço do 1º ano de funções do departamento da Qualidade na Saúde da DGS. A ideia – continua o JN – é aplicar a “Lista de Verificação da Segurança Clínica” – uma iniciativa da Organização Mundial de Saúde, anunciada em finais de 2008 como um desafio para a segurança do doente.
Nessa lista de verificação, um dos elementos a confirmar é justamente – para além do nome do doente... que parte do corpo é que é para ser operada... e não se riam, que ainda não há muito tempo por aqui passou uma história de um doente português que foi operado ao braço saudável, já depois de lhe terem preparado o braço doente para a operação...


Ainda no JN há esta outra notícia... enfim é notícia nos outros jornais também.
Foi em Moscavide, sábado passado e passavam também pouco das 4 da tarde. O homem – taxista reformado – tem dificuldades em andar, não tanto pela idade... 62 anos, mas porque tem uma perna artificial e desloca-se de muletas. Ia a atravessar a rua na passadeira... devagar, por razões óbvias. Acontece que o condutor perdeu a paciência com a lentidão do transeunte e saiu do carro para o agredir. Porque entretanto tinha caído o vermelho para os peões e o homem não se despachava a atravessar a rua...
Alguns carros contornaram o homem e seguiram caminho, mas este não. Diz o jornal que nem era ele quem ia a conduzir, mas uma mulher, só que foi ele quem perdeu a paciência e as estribeiras. Saiu do carro e atirou o homem ao chão com um murro na cara. Depois voltou a meter-se no carro e seguiu caminho.
Acontece também que entretanto e já em casa, no dia seguinte, pela hora do meio dia, este homem, o ex taxista agredido, estava a ver televisão, quando de repente deixou tombar a cabeça sobre o ombro e morreu.
Espera-se agora o resultado da autópsia, para apurar se há alguma relação causa-efeito, entre a agressão e a morte, menos de 24 horas depois... O caso foi registado pela PSP, que o encaminhou para a Judiciária.
E pode ser até que se conclua que não houve mesmo nenhuma relação entre uma coisa e outra... podia também, ter acontecido que ninguém tivesse morrido... poder , podia.... e até podia se calhar – se assim tivesse sido – não morrer ninguém – que esta história nunca tivesse chegado aos jornais.
O que seria uma pena... ficávamos sem saber, que em Portugal ainda há homens destemidos e valentes que, quando um paralítico se lhes atravessa no caminho a atrasar a vida, vão à luta e resolvem o problema ao murro.
E depois... ao mesmo tempo... que desperdício de talento, que desperdício de energia... enfim... que desperdício!

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