segunda-feira, 14 de junho de 2010

a pão e laranjas

Política - diz o DN.... ou seja, o título vem na secção de política, da edição de hoje do Diário de Notícias e diz assim: "Mundial dá uma esperança de folga ao Governo..." acrescentando-se depois que "os bons resultados da selecção nacional de futebol, na última década, têm ajudado a recuperações da confiança dos consumidores..." e que, "em plena crise, Sócrates espera que a selecção volte a ser inspiradora para os portugueses."
Ora, como se sabe, a esperança é a última a morrer... o que fica por relembrar de forma clara é a que bons resultados da selecção nacional de futebol na última década, o jornal se refere...
Claro que não são os de 66 , quando Portugal ficou em 3º lugar no campeonato do Mundo... esse já lá vai e hoje, os heróis dessa campanha, muitos caíram no esquecimento, ou estendem a mão à caridade pública...
A propósito, deixem só que leia o título do 24 Horas: "Título mundial vale 41 milhões a Ronaldo." Pois que os poupe que ninguém sabe o dia de amanhã... Voltemos ao Diário de Notícias e a esta carta de um leitor.
Diz Américo Lopes que esteve ontem na festa do Estoril-Praia, em que se comemorou o fim do ano das camadas jovens do clube. Uma festa bonita onde o filho deste leitor até foi distinguido com a taça para o melhor marcador da época... Mas acrescenta que nem essa alegria chegou para calar a indignação, ao ver para que eram aquelas rifas, que estavam a vender à porta do estádio do Estoril-Praia... Os altifalantes explicavam que a receita das rifas era para ajudar José Torres, um dos magriços, heróis da campanha de 66 e que agora está doente e sem dinheiro para viver e pagar as despesas de saúde... o leitor Américo Lopes faz a comparação com esse ex-ministro, que trabalhou 2 anos na Caixa Geral de Depósitos para se reformar com mais de 5 mil euros por mês , ou o caso de embaixadores, que recebem reformas de 11 mil euros por mês...
No caso de José Torres, que na opinião do leitor fez mais por Portugal do que essa gente toda junta... é escandaloso que não tenha direito a reforma, nem a assistência médica gratuita. Na opinião deste leitor, esta situação é humilhante para todos os portugueses de boa consciência.
Enfim, opiniões, cada qual tem as suas... agora certo, certo é que, no dia em que José Torres falecer, Portugal não se esquecerá de lhe fazer uma homenagem e chorar a perda de quem nos deu tantas alegrias e esperanças e motivos de orgulho ... e com um bocado de sorte, em havendo verba, até talvez lhe façam uma estátua.
 
Mas, nem era disto que vos queria falar...
Mas antes desta outra notícia que o DN hoje publica, discretamente, na página das notícias do mundo.
Esta vem do Sudão e dá conta de um prémio muito especial e curioso e que este ano, pela segunda vez consecutiva, ficou sem vencedor.
O prémio da boa governação em África.
A ideia da atribuição deste prémio é do empresário sudanês Mo Ibrahim. Foi criado em 2006 e é de 4 milhões de euros. Acontece então que este ano e pelo segundo ano consecutivo a Fundação Mo Ibrahim não conseguiu encontrar nenhum candidato, entre os antigos líderes africanos, que tenha deixado o Poder voluntariamente e que tenha cumprido todos os critérios do que se entende por boa governação... em África. Convém que se sublinhe, que este prémio se dedica exclusivamente a governantes ou ex governantes africanos! Vencendo a tentação de dizer que, se fosse na Europa, certamente que não haveria problemas destes... deixem que sublinhe só esta passagem, onde se lê que , como condição sine qua non, haverá – o governante candidato aos 4 milhões do prémio de boa governação - de ter deixado o Poder voluntariamente... Portanto, que não tenha sido derrubado por nenhum golpe de Estado, ou revolução de qualquer espécie, se bem que, a História é clara nesse ponto... muitos bons governantes foram mesmo afastados do Poder à força. Alguns morreram mesmo, durante essa troca violenta de Poder...

Agora, como sugestão, deixo entretanto esta outra proposta de distinção...
Obrigar a multa pesada todos os responsáveis por má governação. Ou então , em alternativa, pelo menos, oferecer-lhes umas orelhas de burro e virá-los de nariz para a parede durante uns 2... vá lá... 4 anos, que é o tempo de uma legislatura, pelo menos em Portugal.
 
 
 
 
 
 
 
 
E a pão e laranjas!