terça-feira, 15 de junho de 2010

o que já não há é cu para estes gajos

Vi de relance num cartaz, aí em Lisboa, o anúncio à 11ª Gala do Orgulho Gay.
Já vai, portanto, na 11ª edição, o que quer dizer que é uma festa muito anterior mesmo ao animado debate sobre os casamentos homossexuais e outros direitos conexos, como a adopção e, mais recentemente, a fertilização médicamente assistida de mulheres lésbicas, supõe-se que casadas, com outras mulheres igualmente lésbicas.
Já agora e quanto à questão dos casamentos, não deixa de ser curioso que, depois de tanta insistência e acesa luta, apenas 3 casais homossexuais se tenham realmente casado, durante a primeira semana, após a lei entrar em vigor... mas isto, a liberdade presupõe isso mesmo. A liberdade até de não fazermos aquilo que queremos fazer.
Mas, o que me surpreendeu mesmo hoje, quando vi o tal cartaz a anunciar a festa, foi a palavra Orgulho. Mais concretamente a expressão Orgulho Gay.
Ora, o gay, que os homossxuais masculinos portugueses perfilharam do inglês, quer dizer, à letra : alegre. Sendo essa leitura adoptada também para significar que um homossexual masculino é uma pessoa alegre por natureza. Satisfeito por estar vivo e contente também, supõe-se, com a sua vida sexual.
Não temos tempo para reflectir sobre a questão das mulheres se auto-proclamarem como lésbicas, deixando o conceito gay para os homens. Como se elas fossem, por natureza, umas assim chamadas fronhas fechadas e eles uns boquinhas de riso...
Vamos antes - e foi por isso que já estou a ficar com fome e ainda não almocei - fixarmo-nos na tal palavra Orgulho. Orgulho Gay. A parada, a festa, que podia chamar-se, por exemplo, a Festa da Alegria, ou a Parada dos Alegres, chama-se e apresenta-se como a Marcha do Orgulho Gay. Demos de barato o tom marcial que a palavra Marcha dá à coisa e saltemos finalmente para a grande questão. Do Orgulho Gay?! Que orgulho será esse?. O de ser Gay? Não terão mesmo rigorosamente mais nada de que se orgulharem do que de levar no cú?! Será que é isso o tudo que esperam da vida? Chupar pilinhas e levar no rabo e sair para a rua mascarados de matrafonas a abanarem-se como uma espanhola, ao som do tecno?
Mas cada um sabe de si e o que é preciso é que a nenhum cidadão sejam negados os seus direitos e liberdades e garantias. Quanto à causa homossexual, deus seja louvado, que algumas pequenas vitórias se foram já conseguindo. Haja fé, que chegará o dia em que o país  reconhecerá igualmente o direito de se casarem lésbicas com gays e gays com lésbicas. Haja fé.