sexta-feira, 9 de julho de 2010

algumas coisitas que já tinham dono

Vem no Público e apesar de trazer mais uns quantos pormenores e informação paralela que ajuda a enquadrar melhor a história e seus antecedentes... fiquemos por aqui. Diz o título: "Provedor de Justiça insiste na restituição gratuita da Igreja de Campolide."
O edifício – continua o jornal já em sub-título – "o imóvel está na posse do Estado desde 1910 e tem vindo a apodrecer..." A confirmar o que ficou dito, aí temos a fotografia e a legenda: "Interior tem tectos a cair, paredes a ceder e 42 banheiras para apanhar a água da chuva."

Mas vamos à actualidade.
"O provedor de Justiça, Alfredo José de Sousa, recomendou de novo ao ministro das Finanças, Teixeira dos Santos, que restitua gratuitamente ao patriarcado de Lisboa a Igreja Paroquial de santo António de Campolide..." é assim que o Público começa a contar o que se passa... E chegamos ao que vínhamos.
É rápido.
Diz aqui: "O edíficio foi confiscado pelo Estado no dia 8 de Outubro de 1910, 3 dias depois da implantação da República. Hoje, encontra-se em avançado estado de degradação, sem que o Estado tenha feito quaisquer obras de conservação pedidas há muito pela paróquia..." (só de raspão deixem que lembre também que esta igreja é considerada edifício de interesse público desde 1993...) Mas, em conclusão... O Estado pede agora 233.500 euros para vender o edifício.

E era mesmo só isto que queria partilhar convosco.
Esta fulminante passagem da notícia.
Se ninguém o fizer mudar de ideias, entretanto, o Estado português prepara-se para vender ao Patriarcado de Lisboa, uma igreja que ele próprio, o Estado português, roubou (confiscou) a esse mesmo Patriarcado de Lisboa, nos alvores revolucionários da Primeira República... diz que logo 3 dias depois do 5 d’Outubro... um Outono quente e já lá vão 100 anos...
Vá lá que sobra ainda a decência de pedir um preço de ocasião, tendo em conta a ruína, a que o Estado  deixou entretanto chegar o edifício -  a igreja paroquial de Santo António em Campolide, portas meias com a penitenciária de Lisboa... que é aliás onde estão alguns dos que tiveram menos sorte, quando tentaram revender algumas coisitas que já tinham dono.

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