quinta-feira, 8 de julho de 2010

estes polícias estão revoltados

As novas instalações vão ser hoje inauguradas no Porto. A nova esquadra do Viso, que vai substituir a antiga, de Francos. Esta, diz o jornal I, fica no meio de um bairro conhecido por estar ligado ao tráfico de droga e à criminalidade.
Começa aí, a indignação dos 73 agentes desta esquadra... agravada pelo facto de que – e aqui é que a indignação sobe mesmo de tom... pelo facto de não haver, nas novas instalações, local para os homens trocarem de roupa. A roupa civil pela farda e vice versa, ao fim do turno... Diz o jornal que, para isso, os policias vão ter de andar 800 metros, até ao 5º andar que o ministério da tutela alugou e adaptou de propósito para esse fim - o de trocar de roupa... Queixam-se então os polícias da nova esquadra do Viso que , esses 800 metros, podem ser de alto risco... Podem representar uma ameaça real à integridade física dos agentes... Dizem que se fazem frequentemente detenções neste bairro e que agora, ao saírem às 2 ou 3 da manhã e indo sozinhos até ao 5º andar do prédio, ficam sujeitos a passar no meio de gangues e de criminosos que moram no bairro, ou estão de passagem... Estão revoltados por isso.
O Sindicato Unificado da PSP, através do um seu porta-voz, diz que estes polícias estão revoltados, tanto mais que nem sequer há cacifos que cheguem para todos, no tal apartamento... No Sindicato há quem acredite que o ministério vai acabar por resolver a situação... também há, o presidente por exemplo, quem ache que o caso é grave e pode piorar. Diz então Peixoto Rodrigues, presidente do Sindicato Unificado da PSP, que  os polícias, que vão chegar no seu carro para irem trabalhar, estão sujeitos a serem humilhados e agredidos e a verem os seus carros vandalizados... Enfim , esse era um risco que correriam sempre, mesmo que tivessem vestiários topo de gama... a única solução era terem também garagens privativas, com entradas rápidas e discretas. Mesmo isso não os poupava às eventuais humilhações, à chegada e à saída...
Outras queixas, em relação às novas instalações... a insonorização... que não a tem... as instalações não são insonorizadas(*). Água nas torneiras... que ainda não corre... as instalações são hoje inauguradas, talvez liguem a água entretanto. E a luz eléctrica... enfim, a energia eléctrica, que vai ser fornecida por um gerador... polui mais, é verdade, mas também, quando faltar a luz, a esquadra não fica às escuras...
Conclui o jornal esta notícia citando, uma vez mais, o presidente do Sindicato Unificado da PSP... Diz Peixoto Rodrigues que o desrespeito pelos direitos e garantias dos polícias é o motor da revolta que se vai pressentindo por todo o País... atiçada por "instalações degradantes, meios materiais obsoletos e parcos recursos humanos"... E tudo isso, pelo que se vai sabendo, é genericamente verdade.
Mas vamos ao essencial. Aquilo que o jornal diz ser o pior de que se queixam... da falta de vestiários e dos perigos a que estão expostos quando percorrem aqueles 800 metros para irem mudar de roupa... Então, e se viessem já fardados de casa?!...
Não resolvia tudo, mas poupava duas coisas... esse percurso perigoso, para se irem fardar e desfardar, 800 metros afastados da esquadra e... talvez mais precioso ainda que isso... poupava-se tempo a ir e vir!
Ainda por cima um 5º andar, que se calhar nem elevador tem. Uma pessoa chega ao trabalho já cansada...
 
(*) - Vamos deixar para outras núpcias, esta questão de esclarecer qual a necessidade de ter uma esquadra insonorizada. Saber se é o barulho da rua que interfere com o trabalho policial, ou vice-versa... descartada que é a hipótese de quererem gravar algum concerto de cordas, ou ópera bufa,  nas instalações da esquadra...claro está.

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